sábado, 8 de outubro de 2011

Apenas uma Paráfrase

Numa cidade bem pequena do interior, como aquelas onde todos os moradores se conhecem. Todas as casas eram muito grandes e belíssimas, com apenas uma exceção. Na esquina de baixo de onde morava o senhor Francisco, prefeito e maior celebridade da cidade, havia uma casa dessemelhante das outras; ela era pequena, além de ser feia e rude. Todos pensavam que ninguém morava naquele lugar, todos desprezavam aquele lugar. Medo e repudio eram sentimentos comuns para as pessoas que passavam perto daquele casebre de muros caídos, pintura encanecida e com um jardim horrendo, tudo era totalmente oposto à imagem que a cidade transpunha.
O que ninguém sabia era que tudo por dentro era diferente. Os cômodos eram pequenos, bem feitos, claros e de uma arquitetura invejável, distinto de tudo aquilo que estamos acostumados a admirar. A decoração é irreprochável, era necessário olhar de perto para não perder nenhum detalhe. O macro se tornava minuciosamente minúsculo e grandioso, nada era tão belo quanto os delineies. A cada porta que se abria, um mundo novo e surpreendente surgia. Descobertas eram feitas a cada passo que se dava. Os objetos que estavam naquele lugar enchiam os olhos de admiração, eram todas peças únicas. E como toda casa, essa também guardava seus fantasmas; suas portas trancadas, seus porões assombrados, sótãos cheios de segredos e também seus móveis velhos, que possuíam histórias que somente eles eram capazes de contar. Seu exterior disforme acabava ocultando um interior tão belo e único, como se nunca estivesse lá.
                                                                                      Nícolas Hoannys

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