Sonhos são como os deuses, quando deixamos de acreditar, eles deixam de existir. Sonhos são as maquinas engrenadoras que movem a sociedade. Sonhos são tantas coisas, eles valem tanto, são imensuráveis. E eu queria, ah como eu queria saber como é sonhar. Essa triste vida nunca me permitiu tais regalias. Me acostumei tanto em ouvir que meus sonhos são bobagens, que acabei acreditando. Sempre me dizia, deixarei isso para amanhã, depois, agora não, melhor não, isso não é para mim... Hoje, nesse exato instante, meu espirito se tornou idoso, tão decrépito, que nem ao mesmo consegue se lembrar de como se começa um sonho... Antes eu fechava os meus olhos e via o mundo na minha frente, sentia o amor que outrora cativei, sentia o calor do sol me queimando em toda a sua intensidade, sentia dentro do meu amago que podia tudo, que seria o que eu quisesse ser, até acreditava que todos possuíam um lado bom. Agora não sei nem ao menos quais são as minhas verdades, e, quando eu fecho os meus olhos vejo apenas uma grande escuridão gélida e vazia... Enquanto as minhas lágrimas borram a tinta sobre o papel me arrependo de construir meus alicerces em coisas e pessoas, que sinceramente mal podia se segurar. Meu edifício de tão frágil, desabou. Juntando os restos e cacos, não sobra quase nada... Aliás, ainda tenho a lembrança de ter acastelado alguns segredos, alguns sonhos intocados, que me levam a crer que ainda pode ser diferente.
Nícolas Hoannys
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